segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sua fome é emocional?

 Melhore sua relação emocional com a comida e veja dicas para não desistir da dieta, encarar o regime e ficar magra de uma vez por todas.

Reportagem: Patricia Affonso

A fome emocional é uma inimiga da dieta. Segundo pesquisas, as mulheres costumam desistir da dieta após oito dias. O principal motivo está ligado à relação das emoções com a comida. "Quando somos bebês, o alimento, geralmente vindo do peito da mãe, traz aconchego e segurança. Essa sensação de descontar as emoções na comida pode nos acompanhar também na fase adulta, levando à busca por comida para nos sentirmos melhor”, diz Marco Antonio De Tommaso, psicólogo especializado no acompanhamento de pacientes em programas de emagrecimento.


Descubra qual é o seu perfilemocional quando o assunto é a alimentação e veja dicas para não desistir da dieta.

Perfil das desistentes

As regressivas

Para algumas pessoas, a sobremesa não é apenas um bônus que pode acompanhar uma das refeições ou fazer a diferença numa tarde meio sem graça. Elas já se tornaram parte integrante e irrevogável do cardápio e são consumidas em todos os momentos do dia, sem restrição.

“Como esse hábito remete à infância, quando a oferta de guloseimas é mais farta, deu-se a esse grupo de mulheres a denominação de regressivas. É como se elas quisessem voltar no tempo e viver novamente aquela doce época”, esclarece Daniela Hueb, nutróloga (SP). Se as consequências da ingestão de tanto açúcar não se manifestarem na silhueta, não pense que passarão em branco. O hábito aumenta significativamente o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes. É preciso determinação para dar um basta nesse "vício".

Dica: No supermercado ou na bombonière, escolha guloseimas em embalagens individuais. É mais fácil manter o controle quando se tem nas mãos apenas uma barrinha de chocolate em vez de uma caixa de bombons.Faça da sobremesa, um evento

Um dos segredos das pessoas magras é ver os doces como uma coisa especial, e não algo que está ali, sempre disponível. Aprenda com elas: eleja um dia da semana para saborear o seu preferido, mas coma um único pedaço. Nos outros dias,vá de frutas e iogurte light.

As depressivas

Aqui se enquadram as mulheres que não têm muito gosto pelo mundo culinário e priorizam uma rotina alimentar bem prática: tudo para não lidar com o fogão. “A falta de ânimo deixa a pessoa incapaz de organizar até mesmo o que vai comer. Então, esta mulher enche a geladeira de itens congelados ou semi prontos, sem se dar conta de que eles são ricos em sódio”, diz Laura Sampaio, nutricionista do Equilibra Centro de nutrição (RJ).

Em demasia, o mineral causa a retenção de líquidos e pode até levar à hipertensão. Outro ponto que merece atenção são os doces, como o chocolate, que aumentam a produção de serotonina, refletindo em bem-estar. E como a depressiva raramente está com o humor em alta, ela recorre a esse tipo de alimento, especialmente durante a tensão pré-menstrual. 

Dica: dê aquela turbinada no congelado, acrescentando legumes ou uma salada bem colorida. “Use a seleta de legumes ou a lata de atum que estão no armário, limão e ervas para temperar... Descubra os sabores. Isso melhora a dieta, que deixa de ser repetitiva, e também o humor”, diz Cynthia Antonaccio, nutricionista da Equilibrium Consultoria (SP).

Para saciar a vontade de doces sem pesar na balança (e nem na consciência), aposte nas gelatinas e nos pudins light, que são saborosos e bem levinhos! 

Dica: Para saciar a vontade de doces sem pesar na balança (e nem na consciência), aposte nas gelatinas e nos pudins light, que são saborosos e bem levinhos!

As agressivas

Elas estão sempre mastigando algo. “Estas mulheres vêem na comida uma forma de aliviar a tensão. Então, não importa muito o que estão consumindo, o negócio é mastigar”, diz Laura Sampaio. Ansiosas por natureza, elas tendem a comer rápido e nem se dão conta da quantidade ingerida. Como estão sempre prontas para um lanchinho, abastecem a despensa com produtos práticos como salgadinhos, bolachas e outros petiscos. Mas raramente analisam os rótulos em busca de opções mais magras nem se atentam aos índices de sódio e gorduras. “Esta mulher precisa de disciplina: escolher melhor o que come, delimitar horários para as refeições e pausas e achar outra forma de canalizar o nervosismo”, analisa Cynthia Antonaccio. 

Dica: exercite a mandíbula. Alimentos mais durinhos (como maça, milho, torrada, sementes, frutas secas, etc) exigem muita mastigação e mesmo em porções moderadas não te deixam com a sensação de barriga (e boca!) vazia.

As defensivas

As mulheres deste grupo usam os alimentos como forma de defesa e compensação emocional. Sabe a velha história: “Tive um dia daqueles e mereço um docinho”? É bem por aí. “O primeiro passo para essa pessoa é entender, de verdade, que comida não resolve nem ameniza os conflitos emocionais. Alimento é para nutrir o corpo, não para esvaziar a mente”, diz Ana Maria Devoraes, nutricionista do Programa de Orientação e Assistência a Pacientes com Transtornos Alimentares da Universidade Federal de São Paulo (Proata). 

Outra preocupação do tipo defensiva é que a comida proporcione energia para que ela possa encarar a jornada no trabalho, em casa, com os amigos e na academia. E, nessa ânsia, não é raro que ela acabe exagerando nas porções e tenha de lidar com a culpa, logo na sequência.

Não se iluda: comer muito não é a chave para o pique extra. Pelo contrário, com o estômago cheio, o mais comum é sentirmos aquela moleza terrível!Para manter um ritmo adequado, vale a antiga recomendação das refeições fracionadas e com porções pequenas. Assim, o metabolismo fica ativo e não tende a estocar gordura. O ideal são seis refeições diárias, feitas em média a cada três horas, para não provocar demais o “fantasma da fome”.

Dica: atenda aos chamados do despertador e exercite-se pela manhã. No início pode até ser difícil, mas você vai perceber como a atividade desperta e a deixa mais disposta durante o dia. E tem mais: pesquisas apontam que praticar esporte regularmente aumenta em 37% o período de sono das portadoras de insônia. E quem sofre do mal sabe como o rendimento cai após uma noite mal dormida. Ninguém merece!

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